O vereador Abilio (Podemos) utilizou uma live, nessa quinta-feira (10), para denunciar uma suspeita de fraude no processo de licitação na contratação de 20 leitos de UTI’s pelo Hospital São Benedito (HSB), em Cuiabá. O contrato está orçado em R$ 4 milhões de reais, provenientes de recursos federais.
Segundo o parlamentar, levantamentos feitos em documentos públicos indicam suspeita de direcionamento da empresa Ultramed na contratação dos leitos de UTI’s, voltados para internação de pacientes acometidos pelo Covid-19.
Conforme o parlamentar, tal análise já foi encaminhada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) e, por se tratar de recursos da União, pretende levar ao conhecimento do Congresso Nacional, por meio do deputado federal José Medeiros (Podemos).
Em análise dos documentos, afirmou Abilio, foi possível verificar que o médico Felipe de Medeiros era Diretor Clínico do HSB, quem deveria supervisionar o serviço prestado pela sua própria empresa. Ainda mais grave, Felipe de Medeiros era membro da Comissão Emergencial de Processo Administrativo da Prefeitura de Cuiabá, sendo incumbido da contratação de serviços pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) , incluindo os leitos de UTI Covid.
Um dos responsáveis pela auditoria das informações, o assessor parlamentar Pedro Fim atentou para a falta de comprovação de capacidade técnica da empresa Ultramed no curso do processo de dispensa. E mais, alertou sobre a suspeição do mesmo modus operandi praticado por Felipe, que já foi sócio de Huark Corrêa, ex-secretário de saúde de Cuiabá, preso em decorrência da operação Sangria, realizada pela Polícia Civil de Mato Grosso, também em 2019.
Segundo Pedro, a empresa Ultramed teria sido constituída em 2016. Em janeiro de 2017, outra empresa, denominada Ibrasc, teria atestado a Ultramed como boa prestadora de serviços. Entretanto, contestou o assessor, como poderia ter sido atestada a capacidade técnica de serviços que haviam sido prestados em um ano que ainda se iniciava.
“Três empresas com vínculos correlacionados, com proximidade entre si, apresentaram documentos de propostas em que o ‘cara’ (Felipe) que faz parte da Comissão de Licitação ganha a licitação de R$ 4 milhões por seis meses”, suspeitou Abilio, lembrando que tal situação é bastante similar a que apurou no transcorrer da CPI da Saúde, a qual presidiu junto à Câmara de Cuiabá, e que sucumbiu na operação Sangria, com diversos servidores públicos e médicos da Saúde de Cuiabá presos por suspeita de fraude em licitação, corrupção, formação de quadrilha e outros delitos.
“Nosso mandato está acabando, mas não acabou ainda. Acaba dia 31. Até lá, vamos continuar fiscalizando e levando toda e qualquer denúncia que apurarmos aos órgãos de controle para as devidas providências”, assegurou Abilio, destacando que há em andamento outras análises contratuais de processos licitatórios da Prefeitura de Cuiabá.
Dana Campos
Assessoria de Imprensa