“Não pode ser igual ao prefeito do paletó, que disse que a verdade iria aparecer”, diz Abilio sobre denúncia feita durante oitiva

O vereador Abilio Junior tem sido incisivo quanto à publicidade das oitivas realizadas pela Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá. Na sessão desta quinta-feira (28-11), o parlamentar declarou, novamente, que dispensa o sigilo imposto pela Comissão, que apura processo por possível quebra de decoro parlamentar praticado por Abilio.

“A verdade tem que ser comprovada agora. Não pode haver sigilo nisso. Não pode ser igual a verdade do prefeito do paletó. Ele disse que a verdade iria aparecer. Quando? Até hoje nada. Acho que lá por 2050, talvez, apareça. Essa Casa tem de mostrar que é diferente, tem de dar transparência a tudo. Agora, o vereador Toninho vem aqui, cria esse sigilo, pra depois contar a sua versão dos fatos. Não. Eu não tenho sigilo sobre a minha imagem. Eu quero que tudo seja aberto, divulgado e gravado na Sala das Comissões”, disse Abilio.

Na última terça-feira (26-11), uma servidora do Hospital São Benedito (HSB) teria denunciado uma possível articulação financeira entre vereadores da base e o prefeito Emanuel Pinheiro para cassação do vereador Abilio.

A denúncia teria ocorrido durante oitiva realizada pela Comissão de Ética. A testemunha, que havia sido arrolada pelo ex-diretor do HSB, Oseas Machado, autor do pedido de cassação, afirmou ter sido coagida a prestar depoimento contra Abilio.

“Ela falou que foi coagida a prestar boletim de ocorrência contra mim. Além disso, denunciou que o vereador Ricardo Saad esteve na casa do Juca do Guaraná, juntamente com o prefeito Emanuel Pinheiro, além de outros vereadores. Ela disse que, ali, havia uma articulação, uma negociação para cassarem o meu mandato. Por tudo o que ela falou; não sou eu, é a testemunha de acusação contra mim quem fez essa grave denúncia, acredito que não há a  mínima idoneidade nessa Comissão de Ética”, enfatizou Abilio.

Ontem (27-11), o parlamentar pediu à Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara (CCJR), a suspensão das oitivas até que fossem apuradas todas essas denúncias.

Dana Campos
Reportagem

Francinei Marans
Fotografia